“O tempo não para, e no entanto ele nunca envelhece.”
Caetano Veloso
O baiano Caetano Emanuel Viana Telles Veloso nunca imaginou que, saindo de uma pequena cidade do Recôncavo Baiano, faria tanto sucesso pelo Brasil afora e seria umas das principais expressões da Música Popular Brasileira. Mas foi isso o que aconteceu. Nascido em 07 de agosto de 1942, em Santo Amaro da Purificação, a 73 quilômetros de Salvador, Caetano Veloso, como ficou conhecido por todo o país, já sabia, desde pequeno, o que queria ser na vida: com pouco mais de 4 anos de idade, o irmão de Maria Bethânia já compunha A Tua Presença Morena, revelando seus dotes artísticos.
Fala galera! =)
“Oração ao tempo” é composição e interpretação de Caetano Veloso, está no álbum Cinema Transcedental, de 1979. Então, vai aí mais uma análise. Espero que gostem! =)
Fica a dica: Carreira e história de Caetano Veloso. Vale a pena conferir! 😉
“Oração ao Tempo” – Caetano Veloso
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo Tempo Tempo Tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo Tempo Tempo Tempo
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo Tempo Tempo Tempo
Entro num acordo contigo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo Tempo Tempo Tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo Tempo Tempo Tempo
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo Tempo Tempo Tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo Tempo Tempo Tempo
Quando o tempo for propício
Tempo Tempo Tempo Tempo
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo Tempo Tempo Tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo Tempo Tempo Tempo
O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Apenas contigo e migo
Tempo Tempo Tempo Tempo
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Não serei nem terás sido
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo Tempo Tempo Tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Em “És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho. Tempo Tempo Tempo Tempo, vou te fazer um pedido. Tempo Tempo Tempo Tempo. Compositor de destinos. Tambor de todos os ritmos. Tempo Tempo Tempo Tempo, entro num acordo contigo. Tempo Tempo Tempo Tempo”, Caetano Veloso faz uma relação entre o tempo e o desenvolvimento de um filho e logo, tornando o tempo um ser divino, ora para que se faça um acordo, a final estamos todos sujeitos às leis do mesmo.
Os versos “Por seres tão inventivo e pareceres contínuo. Tempo Tempo Tempo Tempo. És um dos deuses mais lindos. Tempo Tempo Tempo Tempo. Que sejas ainda mais vivo, no som do meu estribilho. Tempo Tempo Tempo Tempo”, fazem com que o ser divino, “tempo”, seja embelezado por trazer surpresas ao nosso cotidiano. Ao final, é feita uma prece, um pedido para que esse “deus” esteja sempre presente ao longo da vida.
“Ouve bem o que te digo. Tempo Tempo Tempo Tempo. Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso. Tempo Tempo Tempo Tempo. Quando o tempo for propício. Tempo Tempo Tempo Tempo. De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido. Tempo Tempo Tempo Tempo. E eu espalhe benefícios”. Nesses versos, Caetano Veloso pede ao tempos para que ele seja proveitoso, mas sempre preciso, como o som de seu “tic-tac”, que ele traga experiencia e que ela possa servir como benefício transformando-se em bons conselhos.
Quando se diz “Tempo Tempo Tempo Tempo. O que usaremos pra isso, fica guardado em sigilo. Tempo Tempo Tempo Tempo. Apenas contigo e migo. Tempo Tempo Tempo Tempo. E quando eu tiver saído para fora do teu círculo. Tempo Tempo Tempo Tempo. Não serei nem terás sido. Tempo, Tempo, Tempo, Tempo.” A prece segue e se fala em um segredo entre homem e tempo, segredo este que ficará em sigilo e que mesmo que não haja mais vida, Caetano ainda assim gostaria de parcipar de seu ciclo.
Caetano diz ainda acredita que isso seja possível e em troca oferece ao tempo elogios, transformando o tempo em poesia. “Tempo, Tempo, Tempo, Tempo. Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos. Tempo, Tempo, Tempo, Tempo. Num outro nível de vínculo. Tempo, Tempo, Tempo, Tempo. Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios. Tempo Tempo Tempo Tempo. Nas rimas do meu estilo. Tempo Tempo Tempo Tempo”.
Murilo Mendes disse: “Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho”. Adoramos pensar que podemos ser os senhores do tempo, mas o minuto que já passou, não volta mais. O tempo é um sábio, que faz de nossas vidas um grande ciclo, com início, meio e fim. Só precisamos respeitá-lo para que esse ciclo se cumpra.
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